A literacia em saúde é a capacidade que uma pessoa tem de compreender informações relacionadas com a sua saúde, tomar decisões informadas e seguir corretamente orientações médicas. No entanto, muitos pacientes têm dificuldades em entender termos técnicos, instruções de tratamento ou diagnósticos, o que pode afetar negativamente a sua saúde.
Aprender a comunicar com pessoas com baixa literacia em saúde é essencial para todos os profissionais da área da saúde. Não só melhora a adesão ao tratamento, como também reforça a confiança entre paciente e profissional e contribui para melhores resultados clínicos.
Neste artigo, exploramos 6 estratégias práticas e eficazes que podem fazer toda a diferença no atendimento a pacientes com baixa literacia.
1. Usa linguagem simples e acessível
Evita o jargão técnico e opta por expressões do dia a dia. Muitos pacientes não têm formação na área da saúde e podem sentir-se intimidados com palavras complexas.
✖ “Vai fazer um ECG para avaliar arritmias.”
✓ “Vamos fazer um exame ao coração para ver se o ritmo está certinho.”
2. Fala devagar e em frases curtas
Evita falar depressa ou usar frases longas e complexas. Dá tempo ao paciente para processar o que estás a dizer. Podes até repetir a informação de formas diferentes, se necessário.
3. Usa exemplos e comparações do dia a dia
As analogias facilitam a compreensão de conceitos difíceis. Quando comparas o funcionamento do corpo com objetos ou situações do quotidiano, tornas a mensagem mais clara.
“A diabetes é como uma torneira aberta de açúcar no sangue, temos de a fechar com medicação e alimentação certa.”
4. Mostra, aponta, desenha
A comunicação não verbal é poderosa. Sempre que possível, usa imagens, gestos, esquemas ou modelos anatómicos. O visual ajuda o cérebro a reter a informação. Assim sendo, usa folhetos com ilustrações, esquemas do corpo humano ou vídeos explicativos.
5. Verifica se a pessoa entendeu (sem a envergonhar)
Evita perguntar apenas “Percebeu?”. A maioria das pessoas dirá que sim, mesmo que não tenha entendido.
Em vez disso, diz: “Consegue explicar-me com as suas palavras o que vai fazer quando chegar a casa?”, ou “Mostre-me como vai tomar este comprimido.”
Assim esta técnica, chamada “ensinar de volta” (teach-back), permite avaliar a compreensão sem julgar.
6. Cria um ambiente sem julgamento
Perante um episódio de epistaxis, manter a calma é o primeiro passo. Segue estas orientações práticas:
Quando deves procurar ajuda médica?
Muitos doentes escondem que não sabem ler ou compreender certas informações por vergonha. É essencial manter uma atitude empática, acolhedora e respeitosa.
Usa frases como:
“Esta informação pode ser confusa para muita gente. Vamos ver juntos.”
“Pode fazer todas as perguntas que quiser. Estou aqui para ajudar.”
Porquê investir em formação na área da literacia em saúde?
A baixa literacia em saúde está associada a maior número de internamentos, menor adesão ao tratamento e pior controlo de doenças crónicas. Investir na formação de profissionais nesta área é investir em segurança do doente, qualidade do atendimento e eficácia clínica.
Por fim comunicar com clareza, empatia e respeito é essencial para garantir que todos os pacientes, independentemente do seu nível de literacia, compreendem o que precisam de fazer para cuidar da sua saúde. Um gesto tão simples como mudar a forma como falamos pode salvar vidas.