A etiologia das úlceras de pressão está diretamente relacionada com a pressão prolongada exercida sobre zonas específicas do corpo. Estas lesões surgem, sobretudo, em pessoas acamadas ou com mobilidade reduzida. São feridas graves, dolorosas e difíceis de cicatrizar. Por isso, representam um grande desafio para os profissionais de saúde e cuidadores.
Quais são as principais causas das úlceras de pressão?
A etiologia das úlceras de pressão envolve vários fatores que, quando combinados, contribuem para o aparecimento das lesões. Abaixo explicamos os mais frequentes:
- Pressão prolongada: A pressão contínua sobre uma zona do corpo reduz a circulação sanguínea. Como resultado, os tecidos deixam de receber oxigénio suficiente, o que leva à sua degradação.
- Fricção: Quando a pele roça repetidamente em superfícies como lençóis ou cadeiras de rodas, surgem feridas superficiais. Com o tempo, estas podem evoluir para úlceras mais profundas.
- Forças de cisalhamento: Este tipo de força ocorre quando a pele se move numa direção e os tecidos subjacentes noutra. O dano interno gerado contribui de forma significativa para a etiologia das úlceras de pressão.
- Humidade excessiva: O contacto prolongado com suor, urina ou fezes enfraquece a barreira cutânea. Esta fragilidade aumenta a probabilidade de desenvolver lesões.
- Má circulação sanguínea: Patologias como a diabetes ou a aterosclerose comprometem a irrigação dos tecidos. Assim, aumentam consideravelmente o risco de surgirem úlceras de pressão.
- Desnutrição e desidratação: A carência de nutrientes e líquidos essenciais deixa a pele mais vulnerável e afeta negativamente a sua capacidade de regeneração. Este é mais um fator relevante na etiologia das úlceras de pressão.
Exemplos reais e impacto clínico
Para perceberes melhor o impacto da etiologia das úlceras de pressão, deixamos dois exemplos concretos:
Exemplo 1:
Imagina um idoso acamado há várias semanas após uma fratura no fémur. Sem mudanças de posição e cuidados adequados, a pressão contínua sobre o sacro pode provocar uma úlcera. A lesão começa por uma simples vermelhidão, mas rapidamente evolui para uma ferida aberta. Em casos mais graves, pode chegar ao osso. Se não for tratada a tempo, pode originar infeções como a osteomielite. Nestes casos, o internamento prolonga-se e a recuperação torna-se mais difícil.
Exemplo 2:
Outro exemplo comum é o de pacientes tetraplégicos que passam longos períodos sentados sem almofadas apropriadas. A pressão constante sobre as nádegas e calcanhares pode causar lesões profundas e extremamente dolorosas. Se não forem identificadas e tratadas precocemente, estas úlceras podem evoluir para situações complexas, como septicemia. A intervenção pode exigir hospitalização prolongada ou mesmo cirurgia, como enxertos de pele.
Como prevenir as úlceras de pressão?
Apesar de a etiologia das úlceras de pressão estar associada a múltiplos fatores de risco, é possível prevenir o seu aparecimento através de medidas simples, mas eficazes:
- Mudar a posição com frequência, aliviando a pressão em zonas críticas;
- Usar colchões e almofadas adequadas, que ajudam a distribuir o peso de forma equilibrada;
- Manter a pele limpa e hidratada, reforçando a sua resistência;
- Garantir uma alimentação equilibrada, rica em nutrientes essenciais à saúde cutânea;
- Promover a formação dos profissionais de saúde e cuidadores, assegurando a aplicação das melhores práticas de prevenção.
Além disso, é fundamental estar atento aos primeiros sinais, como zonas de vermelhidão persistente. Uma detecção precoce permite agir rapidamente e evitar a progressão das lesões.
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